Regra geral, sou uma pessoa bem disposta. Mas confesso que tenho uma certa tendência para me irritar quando algo corre mal, e consequentemente, usar aquela arma que os portugueses raramente se lembram que existe. O livro de reclamações. Expressões mais comuns: "Ah, e tal, fui mal servido, trataram-me como a um otário, mas pedir o livro já é demais.... não quero dar barraca." Desculpem, mas isto é tanga! Qualquer reclamador em potência tem o direito (se for queixa fundamentada claro!) a utilizar o livro. E se não o tiverem, azar o deles, e o nosso: é que chamar a polícia faz com que as atenções sejam atraídas [ainda mais] para nós, vá-se lá saber porquê... (eee...? Já armaram chinfrim, so what?)
De qualquer forma, não nos custa nada evitar situações chatas a futuros clientes (ou a nós próprios), expondo a nossa situação. Se não, vejam: O livro de reclamações é um dos meios mais práticos e comuns para o consumidor apresentar queixa. Quando algo não corre bem na prestação de um serviço ou na compra de um produto, o consumidor pode solicitar este livro e reclamar logo nesse local, sem nenhum encargo. Mesmo que a entidade a quem a queixa é enviada já não possa solucionar o problema, esta forma de reclamar pode ajudar a evitar que outros cidadãos sejam prejudicados pelas mesmas razões.
E mais: Sempre que o livro de reclamações lhe seja solicitado, o proprietário do estabelecimento não pode exigir a apresentação de qualquer documento de identificação como condição para o apresentar. Se o acesso ao livro lhe for negado é chamar a polícia, para tentar resolver a situação. Depois, numa segunda fase, até pode dirigir duas reclamações escritas à entidade que tutela a actividade ou serviço: a primeira, pelo facto que originou o pedido do livro de reclamações; e a segunda, pela recusa em facultarem-lho. Se a instituição ou entidade prestadora de bem ou serviço não cumprir as regras relativas ao livro de reclamações, pode incorrer na prática de contra-ordenações. No caso das empresas, a coima pode, em algumas situações, ir até 30 mil euros.*
Sendo assim, meus amigos, não tenham receio de, foram mal tratados, "pimbas!", - "Ó fachavor, quero fazer uma reclamação". Mas também não vale "ah, e tal, não gostei do empregado - morre!".
Porque é que eu me lembrei de dizer isto hoje? Porque ontem tive oportunidade de regressar a um bar-café-whatever, onde há cerca de 2 meses atrás fiz uma reclamação - não por escrito, confesso, porque os meus amigos ameaçaram sair da sala se eu coninuasse a discutir - saudavelmente - com o gerente. O que aconteceu: como sou hiper-gulosa, pedi uma fatia de bolo de chocolate. Até aqui tudo bem. Mas eis como me foi apresentado o bolo - a) num prato enorme, branco, típicos da nouvelle cuisine, b) a fatia era mi-nús-cu-la, uma coisa ridícula, mais fina que a minha carteira, que nunca anda lá muito recheada. Houve pessoal a tirar fotografias à fatia, tal foi o gozo quando aquilo foi à mesa! E o preço? Tinha aumentado na semana anterior... brutalmente! Enquanto falava com os funcionários, a fatia ia correndo a mesa despertando as mais sonoras gargalhadas.
Como já vos disse, ontem regressei ao dito bar, e uma das minhas amigas pediu uma fatia do mesmo bolo, precisamente para ver como era-nos apresentada desta vez. Talvez a imaginar mais uma série de gargalhadas derivadas de mais um episódio da saga O Bolo e os Minimeus. E eis que veio uma fatia... normal! Daquelas que não precisamos de lupa. Ou seja, ela foi bem servida porque eu armei barraca na outra noite. Estão a ver, o SPM não é mau de todo...:)
4 comentários:
É isso mesmo, a malta não pode é calar e comer!
Grande gatinha!
Confesso que não sou de reclamar..não faz parte da minha personalidade, sou muito peace :)
Mas em caso de SPM o caso já muda de figura hehe
Reclamar é um direito. Concordo se a reclamação for assertiva...
Há pessoas que merecem e precisam de uma boa reclamação na altura certa para se encarreirarem de vez!
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